Sunday, March 29, 2009

je souris, coscient de lá tragédie

O DESEJO


o desejo, na esperança,
acompanha-me desde criança
não morreu.
querer mais que o que me dava
sempre acompanhado duma lembrança
de quando todos os dias eu ligava
até que ninguem atendeu.
(montagem e texto por mim. post para a TertuliaVirtual, participem tambem!)

na praça depois da meia noite (chapt. 4)

A ambulância passa apenas agora para baixo. Tanto tempo? Um coma alcoólico não ocupa mais de cinco minutos à equipa de intervenção antes de arrancar para o hospital e, agora que olho para o meu relógio, já passam mais de dezoito. Talvez não tivesse sido para a rapariga e antes para uma qualquer zaragata de bar que acabou mal. Ou então mais uma velha que se sentiu mal. Sendo que não é nada comigo, começo a pensar em ir-me embora. Não são horas de andar fora de casa e a rua é um espaço cada vez menos seguro, principalmente tendo em conta que já fui esfaqueado no joelho hoje por uma bolota! Que se dane, não tenho quem me espere e quero aproveitar as noites antes que venha a chuva.

Revolução e o copo de Brandi que molha a palavra


THEY SAY JUMP

YOU SAY HOW HIGH!?

(quote Zack de la Rocha)

A revolta é contra o mundo. Ou o mundo é que não está ao nosso alcance. Ou então, esperamos mesmo demasiado do mundo e só somos surpreendidos por aquilo que não queríamos, mas já o esperávamos. E o pior, é mesmo saber que ainda tenho pela frente muitos anos disto e muita estupidez para ver, para ouvir. Mas não a vou gramar por simpatia. Sou falso, sim, falo pelas costas e todos os dias faço uma revolução ao telemóvel, num blog, ou com uma caneta num guardanapo, sem nunca sair do lugar. Mas nunca me mexi para ser oportunista, graxista. Sei estar calado (às vezes) e sei quando posso dizer o que quero. Mas, acima de tudo, sei que não sou hipócrita e durmo todos os dias a saber que posso ignorar, cago, e sigo, e ao fim do dia estou descansado por mais uma vez não ter sido simpático e por não ter feito um comentário de circunstância, nem mandei um sorriso sem convicção e nunca um abraço que não foi sentido. Por isso, a todos os que esperam alguma coisa de mim...desistam. Ou já a fiz, ou não a quero fazer de todo, estou-me bem a cagar. Não vou começar uma campanha contra o álcool na cidade dos estudantes para dar boa imagem, porque quem o bebe sou eu, somos nós. Não vou a uma luta de almofadas com desconhecidos, faço um prisioneiro de guerra em casa. Não me vou manifestar só para fazer gazeta, para isso fico a dormir. E acima de tudo, não vou ser como vocês. Simplesmente não me convém, para ser estúpido, sou como sou. Sou um reflexo. Sou a minha familia, sou os meus amigos. Sou dos meus amores, sou da vida. Mas não da vossa.

E quando nos metemos a pensar nisto, o resultado é claro, conciso...e estupido. Não dá para mais! :)


"(00:12) “Amigo do Donald” : começo a pensar que nos temos algum problema psicologico ou assim
(00:12) “Donald” : oh..eu ja passei bué a fase das duvidas e conclui uma merda. é tipo uma tese: ou nos somos doentes
(00:13) “Donald” : entenda-se por isto, sofremos duma qualquer patologia cronica, ou que se desenvolveu ao longo da vida, qualquer tipo de sindrome, etc. ou
(00:13) “Donald” : somos muito à frente no nosso tempo e sentimo-nos bué desenquadrados nesta sociedade. tendo isto dito
(00:14) “Amigo do Donald” : x)
(00:14) “Donald” : consolido a ultima afirmaçao com um quote que passo a citar "é ténue a linha que distingue um louco dum génio" pretendo com isto dizer que
(00:14) “Amigo do Donald” : puto, doente
(00:14) “Donald” : talvez nos consideremos superiores aos outros com razao, ou entao para quem vê de fora somos uma merda
(00:14) “Amigo do Donald” : era meter"um dos quartos do coraçao dele sou eu que ocupo"
(00:15) “Donald” : o que eu acho, é: somos à frente e nao somos doentes e que quem tem realmente uma doença são eles. mas a patologia de que padeçem lentamente é contagiosa, LOGO,
(00:15) “Donald” : por isso é que sentimos bué que o mundo circundante e a sociedade que nos rodeia está cada vez pior
(00:16) “Donald” : poderia, de facto, ser o nosso sindrome a desenvolver-se e nos estariamos cada vez mais destacados deles, sentindo-os cada vez mais superiores mas...nao
(00:16) “Donald” : nos continuamos iguais e imunes, eles é que estao cada vez mais...estupidos vá! percebeste? "

Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009

(é claro que alterei os nomes reais)

Do nunca do vosso,

Donald.

a corner of my home

"um canto do meu lar"
era o que lhe chamava
quando ainda tinha casa.
e ainda tinha no que pensar
era onde eu me sentava
e esperava,
e esperava,
quando ainda tinha casa.
era nesse canto do meu lar,
onde eu não desanimava
quando ainda um tinha sítio onde estar.

Friday, March 27, 2009

...

"...e todos os dias eu liguei, até que uma vez ninguém atendeu."

E hoje, ressacado de uma longa semana, vejo que o que me cansa não é o alcool, não são as drogas leves, muito menos as noites que acabam de manhã. Não há vitaminas que me acordem, nem despertem, simplesmente não existem.
Os olhos verdes verdes que antes marcavam cem pontos sempre que se cruzavam com os meus, já não o fazem mais. Ou fazem, e vão fazer sempre, mas vou deixar de os contar.
A tinta da minha caneta há de secar sempre que escreva sobre ti, e vou começar hoje.