Thursday, April 2, 2009

treasure map..leads to you. (or not!) / National Geographic

Passando na praça onde se apresentava a parada, vi o batalhão que desfilava. Olhar seco dum gelado cansado esgotei as forças à procura duma nação que não encontrava. Aqui passo todos os dias. E todos os dias passo neste lugar onde nunca estive.
Eis que vejo alguém com o teu nome. Passa com o passo apressado, seca e infértil, vasta e contudo inalcançável. O olhar fervoroso e quente. Tem cabelos longos e ondulados, numa mistura de amarelos e dourados, estendem-se como numa planície. Como tu, é Sara. Oops, Corrijo, Sahara!

Passou e nem para trás olhou, ia acompanhada. Uma amiga. Nada com ela tem a ver, mas as duas contigo parecem gémeas. Magra e pálida, a expressão decidida. Estreita como uma linha e um andar decisivo. Lançou-me um olhar que me gelou o sangue. Personagem sinistra, parece que separa tudo o que amo e o mete a par com o que mais odeio. O nome não lho vi, traz o crachá tapado por um estandarte que segura com fervor. Exalta calor. Se agora a baptizasse, chamar-lhe-ia Equador.

Rio-me agora desta estranha fisionomia, pareceu-me ouvir chamar-lhe Eva. Certamente seria mais um Adão, tem a altura duma girafa e a força dum leão. O olhar afastado, como se a ela não chegassem. Mas a cara não me é estranha, algo me diz que já nos cruzamos. É alta. É inalcançável. Poucos, provavelmente, lá chegaram. Certamente que muitos tentam. Eu quero acreditar que já estive no topo e marquei o meu pico. Esqueci-me que aqui não sou o único, e falei demasiado alto. Diz-me o homem do cachimbo, que a chamam pelo diminutivo. Que o seu nome é Everest. E já sei de onde a conheço.

O povo agita-se, vem um oficial impor autoridade. Apenas um para tamanha multidão! Não consigo perceber a idade, mas parece o teu irmão. Separa por separar. Não tem nada a favor, não tem nada contra. Divide. Doseia! À medida que se aproxima sentes uma falta. Queres mais uma hora, queres menos uma hora. Num minuto estás lá e num salto atrás ainda aqui. É como dar dois passos para a frente e um para trás sem sair do mesmo sítio. Deve ser de família, tens a mesma capacidade. Já está a dois metros e vejo-lhe perfeitamente a cara, levanto-lhe a mão e aceno com um sorriso. Não me enganei. É o teu irmão, o mais velho um ano, o Meridiano.

E eu sigo a parada e faço o meu percurso. Amanhã volto a este sítio. Vou voltar a descobrir, e, quando me cansar deste, procuro um ainda mais longe. Mais rebuscado, pois. Sei que também em ti um lugar impossível está guardado.

2 comments:

  1. puto o texto é terrivel, odeei este post. mas separei bue as cenas porque sou um gajo sensato e curti o ultimo paragrafo! afinal foi ou nao a NG que escreveu isto? é que parece um poema da primaria daqueles so pa foder a cabeça ao pessoal...fogo estou revoltadissimo por teres isto aqui..mas ya, o ultimo paragrafo compensa. estava a achar bue que tinhas ficado doente ou assim!

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  2. LOL
    puto nao era nada disso. a ideia nao era criar umas espécies de mimicas pra decorar os nomes dos montes, mas escolher vários sitios que definissem uma pessoa e através deles deles camuflar a cena. mas ya, saiu pró torto. wrong number x)

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