Wednesday, February 25, 2009

na praça depois da meia noite (chapt. 3)

Passa por mim um estranho personagem, com um chapéu redondo de abas preto. Ou talvez castanho-escuro, a fraca luz do candeeiro que ilumina a praça não permite fazer a distinção. Esforço os olhos de astigmatismo para ver se me é familiar o rosto, está a mais de cem metros. Que complexa criatura! Caminhado com um ar esquivo parece tirado dum filme dos anos vinte, acompanha o chapéu todo um outfit que pende para o ridículo. Uma camisa com golas estupidamente grandes e gravata com um nó extremamente largo, será um lenço, provavelmente. Chuta um paralelo solto com a convicção de quem quer abrir um buraco no mundo com ele, provavelmente aleijou-se. Mas quem sou eu para criticar se acabei de esfolar um joelho por causa do simples barulho duma bolota?
O homem continua o seu caminho. Carrega qualquer coisa numa mão, mas não é perceptível. Será provavelmente uma pessoa importante. O casaco parece ser de qualidade e nem todos andam, hoje em dia, de bengala sem ter uma qualquer deficiência.
Os gritos não se voltaram a ouvir e a criatura já desaparece numa rua paralela, apesar de não saber que a praça tinha tanta vida a esta hora, caio novamente na solidão.

1 comment:

  1. ola amigo! pois cais, nao convidas o pessoal fixe!

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