Monday, February 9, 2009

na praça depois da meia noite

A crónica de uma morte anunciada, escrevo-a na minha mente enquanto vejo o nada. O vazio da praça que se estende depois da meia-noite. Sentado numa mesa dum bar já fechado, chuto o copo que alguém partiu e saboreio o gelo da noite. Levanto a gola e aperto o ultimo botão do casaco, tiro o isqueiro e acendo um cigarro. Frio e seco, apenas o fumo é quente em mim. Não nasci assim!
Está anunciado, a profecia foi ditada e o segundo dado já está parado. Roda grande ou roda pequena, estou fora do teu círculo e vejo-o afastar-se na bola de fumo em que o tornei, sim, a mesma que saiu de dentro de mim agora. Tornar-se pequeno em perspectiva à medida que se afasta e desaparecendo enquanto o fumo se desfaz. Algemas nos meus punhos, o que quero que não esqueças não to escreverei! Coisas que nunca irei ter de volta. Pontos nos meus lábios, o que quero que saibas eles não to dirão. Em mim apenas o guardarei, estupidez…eu sei! Com estas palavras dentro de mim eu morrerei.

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